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aos cristãos genuínos

Boas-vindas

Bem-vindo ao blog "500 Palavras".
Espero que você receba e aceite o desafio de ser um cristão genuinamente comprometido com a verdade do Evangelho de Cristo.
Os textos com quinhentas palavras são expressão do desejo de colaborar com o cristianismo autêntico e interessado em ver a glória do Senhor Jesus em todos os lugares do mundo - na igreja também.
Abisaí Nunes

Avivamento em Asbury

Confesso que sou um cético de verdade.  Porém nunca no que diz respeito ao que Deus pode fazer e, muito menos, àquilo que Ele prometeu que irá realizar.  Por isso, não me canso de procurar na Palavra as verdades em que devo realmente gastar minha vida e depositar minha esperança.

Entretanto, sou um cético confesso em o que o homem é capaz de fazer.  Principalmente quando ele deseja manipular as pessoas quanto ao que Deus pode estar supostamente fazendo.  E nem precisamos ir longe para encontrar esse tipo de bandidagem “gospel”.


Os olhos do mundo evangélico (e muitos outros também) estão apontados para a capela da universidade de Asbury neste momento (em Wilmore - KY).  

Várias pessoas estão se encaminhando pra lá - outras tantas já foram para verem e testificarem presencialmente o que está sendo chamado de o começo de um outro reavivamento na Igreja de Jesus (tomara!).

Já tem fila para entrar na capela, apesar das chuvas e de raios.

Tenho um amigo que é professor em Asbury e mora em Wilmore.  E eu, com minha esposa e uma de minhas filhas, fomos naquela capela - ciceroneado por esse amigo em 2017.

Ele e sua família são nossos olhos ali, já que ele se ofereceu a mim para responder quaisquer perguntas.  Tenho feito algumas.  Ele está muito ocupado ajudando como segurança para que as pessoas se sintam protegidas durante o tempo ali.  Sua esposa coopera na agenda de oração.  Asbury quer que a atenção seja voltada apenas ao Senhor e tem procurado evitar o foco em pessoas - nem o próprio presidente da universidade, quando falou ali (conhecido pelos alunos, mas desconhecido pelos visitantes) se apresentou como pessoa importante.  Apenas disse que era alguém que trabalha em Asbury.

Achei interessante que quem entregou a mensagem quando o movimento começou foi um pastor da Aliança Cristã e Missionária.  Denominação reconhecidamente voltada à santidade e missões. 


Muitos acontecimentos ali me impressionam e me deixam muito alegre, mas tudo - como sempre na nossa vida - deve nos fazer olhar para o que o Senhor deseja com o que Ele faz.

Arrisco tecer algumas considerações para mim que podem servir para outras pessoas também:

  1. Nada do que está acontecendo ali agora foi planejado, embora o ambiente de adoração estava pronto pela regularidade dos alunos da universidade.

Isso me faz lembrar quando Jesus disse a Pedro e Pedro respondeu: “esforçamo-nos a noite toda e não pegamos nada”.  Jesus tinha dito:  “Vá para onde as águas são mais fundas e lancem as redes para pescar”.

A pesca maravilhosa - o milagre do Senhor - aconteceu porque Pedro obedeceu com a capacidade que Deus, em sua graça anterior tinha dado a ele:  saber onde as águas eram mais fundas (experiência com capacidade de observação analítica) e jogar as redes de forma que seja para pegar peixes - não apenas jogar as redes de qualquer jeito. Se jogassem as redes emboladas talvez o milagre seria pegar alguns poucos peixes.  

A obediência, a perseverança e a boa intenção são terrenos férteis para a ação do Senhor.  Deslocamento e (com) intencionalidade = A Grande Comissão.

A ida ao culto, a oração, a leitura da Palavra deixam o ambiente de nossas vidas preparado.

  1. Podemos dizer que muitas pessoas não querem a presença do Senhor nem o mover do Espírito, mas o conforto de uma cura física e/ou a cura de um trauma do seu passado, “apenas”. 

Claro que Deus pode fazer tudo isso para quem Ele bem quiser, mas o melhor de tudo é mesmo a presença gloriosa do Senhor e sentir o Vento do Espírito. Porém para os cristãos que se viciaram em benefícios terrenos só olham para Deus como um ser que lhes satisfaz os desejos como o Gênio da Lâmpada.

Uma parte da multidão que seguia Jesus o seguia apenas pelo pão e peixe que o Mestre poderia prover para apenas lhes encher suas barrigas e não mais terem que trabalhar ou, como a mulher samaritana disse a Jesus: “dê-me dessa água para que eu não tenha mais sede nem tenha que vir aqui buscá-la mais”.

Lembremos que até as coisas mais legítimas que queremos do Senhor não podem estar separadas da glória dEle.  

  1. A presença do Senhor sempre será impressionante.

Recordemos do povo hebreu diante do monte Sinai quando Moisés iria receber as tábuas da Lei do próprio Senhor. Porém, na graça de Jesus o medo se transformou em desejo dEle por perto.  Seu amor e seu poder. 

No entanto, não podemos nos esquecer que ainda estamos por aqui nessa terra quebrada e cheia de gente para reconhecer o Evangelho de Jesus e desejá-Lo como aquele que preenche o vazio da alma e salva eternamente mediante Seu o amor.

Enquanto Ele não se manifesta de forma mais tangível em nosso cotidiano na Terra (quem nos dera aqui e agora) devemos seguir na esperança de que até mesmo os Avivamentos que existiram (ou estão a acontecer) não devem ser mais desejados que o céu que nos aguarda com muito mais maravilhas que alguém possa experimentar - até mesmo com a experiência que tiveram Pedro, Tiago e João na transfiguração de Jesus. 

  1. Olhamos para Asbury com esperança e ânimo no Senhor, mas o mundo olha para o incremento da guerra - que pode se transformar na 3ª Guerra Mundial e também dão atenção para OVNI’s fakes que rodeiam o mundo.  

Claro que cada um olha para onde o seu coração manda, é verdade, mas para nós, que passamos uma pandemia (e ainda a estamos passando, pelo menos em seus reflexos) agora estamos sendo cercados por notícias que querem nos deixar paralisados quanto à grande necessidade do planeta:  Jesus todo e tudo dEle.

Devemos fixar nossos olhos em Jesus, sim, mas não podemos ficar inertes. Não estamos na sepultura.

E, para o bem da verdade, o nosso Mestre mesmo foi quem disse: quando vocês ouvirem de guerras e rumores de guerra não fiquem assustados porque isso é apenas o começo do fim. Maranata!

Sim, devemos ouvir Paulo nos dizer: “Desperta, ó tu que dormes e Cristo te iluminará”.  



O Que Já Aprendemos com a Gripe do Thanos

Devemos refletir melhor em nosso papel como igreja diante do fato que todos fomos forçados a viver uma nova normalidade.
A insegurança quanto ao que tínhamos planejado, idealizado ou apenas desejado há alguns meses atrás tem trazido até benefício.
Já podemos reconhecer a consolidação – e agora pela experiência – de algumas verdades.
1.              É fato que uma igreja simples é bem mais eficaz que uma igreja cheia de coisas para ocupar os seus membros.  Como isso tem se tornado evidente nesses dias!
A igreja vai se adaptando sem os encontros presenciais e tornado o virtual mais real do que pensávamos poderia ser.  E com pouco - com pouca estrutura.  Embora bem ocupados, porém com foco movido muito mais na direção das pessoas e bem menos nas coisas.  Porque isso é o que mais importa. Na verdade, parece que estamos aprendendo à força o que Jesus já nos disse anteriormente: “andais inquietos e preocupais com muitas coisas; entretanto, pouco é necessário, ou apenas uma só coisa...”
O concreto é que a Igreja verdadeira é invisível. E será até a volta de Jesus.  A sensação de estarmos espiritualmente juntos tem sido mais forte que quando a aparência da presença física nos enganava. 
2.              Por outro lado, também é notável que alguns irmãos não se importam com o sumiço da igreja local.  E conseguem ser ainda mais invisíveis na virtualidade. 
Creio que isso seja reflexo de duas possibilidades.  A primeira, diz respeito a desejarem descanso dos líderes.  Estão enfadados com o que ouviam e viviam por conta da presença chata de legalistas que cansam todos ao seu redor. 
A segunda, tem a ver com o coração distante mesmo, desejam o distanciamento do contato que há numa igreja local – pois ali exige envolvimento e proximidade.  E para quem prefere o anonimato ou o estrelismo não suporta o povão na realidade de sua vida.  Visto que sua aparição no prédio da igreja em dia de culto escondia sua não-presença, então a virtualidade da igreja é tudo que eles sonhavam para continuarem dizendo que estão presentes. Pelo menos estão gastando menos maquiagem.
Eles sempre observarão a congregação dos santos e continuarão insistindo em não se moverem como agentes que contribuem para a missão da igreja, mas desfilarão bem vestidos e com cabelos que um vendaval nunca lhes despenteia.
3.              Também enxergamos nesse momento que os viciados em estrutura complexa continuarão a rebuscar o que lhes está como responsabilidade.  Ao invés de aproveitarem o foco na missão da Igreja, só conseguem se mover para a periferia do projeto de Deus, se ocupando com coisas e mais coisas (algumas legítimas), mas que não cooperam para o alcance do perdido ou para a formação de discípulos que fazem discípulos que fazem discípulos. 
Sim, sempre somos tentados a buscar terreno de estabilidade, sem percebermos que essa estabilidade desejada gera apenas práticas de manutenção, porém quase nunca gera ações de expansão do Reino e da glória dAquele que mantém o controle de tudo. 

Material para Discipulado


Manual de Sobrevivência - Sou Cristão e agora?
Manual Básico de Discipulado
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(61) 30377005 ou (61) 984438069




A Cachaça Gospel


Os resultados da cruz são diferentes dos resultados do resultado da cruz.
Isso mesmo!  O cristão que, pela transformação que o evagelho produz, trocou a pinga pelo suco e aprendeu a saboreá-lo não pode acreditar que o melhor da vida é o suco. Senão, ainda estará bêbado.  De tanto ouvirmos que Jesus abençoa somos tentados a desejar os resultados e não Quem produz os resultados.
Há diferença nisso? Claro que sim!  Isso tudo é semelhante à devoção ao remédio e não ao médico - mesmo que saibamos que um mesmo remédio não servirá para todas as dores.  O fato é que muitas vezes a ênfase está nos remédios e nosso foco já não é “para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus”.  Gostamos tanto dos resultados que o causador desses resultados vira apenas o apêndice da história.
O ex-drogado que virou engenheiro, a ex-traficante que virou enfermeira, o ex-qualquer coisa que virou alguma coisa nos parece mais sedutor que a revelação da graça transformadora do Evangelho de Jesus - que transforma um preguiçoso em trabalhador, um desesperado em esperançoso, um do mal em um do bem. 
A afirmação de que “eu era cego e agora vejo” não obterá seus resultados mais valiosos se não apresentarmos quem realmente nos possibilitou enxergar.
De fato, se não virmos a Verdade, viveremos focados apenas naquilo que os olhos veem.
Não podemos esperar que os frutos de uma vida com Cristo sejam os mesmos que os frutos de uma pessoa que vive apenas os benefícios que traz uma vida com Cristo. Quem não aprendeu a valorizar a origem do bem que lhe sobreveio, viverá apenas para desejar coisas e prazeres, glorificando a criatura e não o criador. Ficarão embriagados. 
John Piper, citando Jonathan Edwards afirma que “Deus é a herança [dos cristãos genuínos]. Ele é a riqueza e o tesouro, o alimento, a vida, a habitação, o enfeite e a coroa, [dos que vão para o céu]”.  A. B. Simpson também dizia categoricamente que o Doador é o que nossa alma deveria desejar e não as Suas dádivas: Jesus Cristo, Ele mesmo!
Sejamos sinceros quando formos lembrados da morte e, mesmo sabendo que iremos para Jesus, ainda desejarmos ficar mais um tempo por aqui pela mera cegueira do bom que o bem tem nos feito, preferindo o presente e o presente.
Precisamos fixar os olhos na Estrela não no dedo de quem a aponta.
Do mesmo modo, a liberdade pela liberdade pode nos sugerir que, porque somos livres podemos reclamar, xingar, violentar e empurrar os outros morro abaixo. Nosso grande pecado se direciona ao fato de valorizarmos mais a graça de sermos livres que os objetivos dAquele que nos libertou.
Se acreditarmos que o favor é mais importante que Quem nos favorece cairemos no pecado de cultuar a atrativa (falsa) prosperidade que tanto nos faz chorar com essa tal cultura gospel.
Não se engane: nosso Salvador é Jesus somente, e não a sombra dEle.


O Quarto de Jack e o Meu

Minha família (Ivonilce, Ana Luíza,16 e Letícia,14) saiu vibrando da sala de cinema.   Sempre tentamos discutir os pontos altos de todos os filmes que assistimos – algumas vezes isso é quase impossível, mas com O Quarto de Jack (Room nos EUA) os muitos pontos altos nos impressionaram como nunca antes em outro filme.
Mal saímos da sala e cada um de nós tinha muitas reflexões e percepções para compartilhar um com o outro. 
Em comum nos agradecemos por termos escolhido tão bem aquele filme.
Boa parte do filme se passa em um minúsculo quarto, onde mãe e filho estão confinados por um sequestrador. Ela fora feita refém por sete anos e no segundo ano deu à luz uma criança. Todo o filme apresenta a percepção desta criança quanto ao seu mundo.
Os diálogos são impressionantes.  Os temas levantados ali nos forçam a refletir sem medo das conclusões.  Temas como aborto, a maldade humana, maternidade responsável, violência contra a mulher, infância quase perdida, juventude perdida, preconceitos importantes, rejeição, medo do medo, verdade e mentira, imaginação e criatividade, Deus e Sua soberania, esperança, resiliência e coragem, falsa liberdade entre tantos outros que poderiam nos fazer crescer e caminhar para frente.
Entretanto, gostaria de abordar apenas um outro assunto aqui.
Para alguém que desconhece a luz e a liberdade, as conversas sobre isso não despertam grande interesse pela simples ausência de “sabores e imagens”.  Mas será que sua alma está satisfeita com isso?
O menino Jack, embora esperto poderia continuar relativamente bem e relativamente seguro no confinamento, escolhendo se manter desinformado do que é lá fora (como diz Lorena Chaves: “Quem não conhece a Luz não sabe o que é escuridão).
Dificilmente não somos levados a pensar sobre aquele que se identificou como a Luz e a Verdade.
Digo isso pelo fato de que Ele mesmo nos afirma que esse mundo jaz no maligno e por isso está cercado por paredes que impedem a Luz entrar e a Verdade ser conhecida.
Muitos empurram esse assunto para debaixo do tapete de sua vida, preferindo o quarto escuro e fedorento que vivem. Nele se sentem relativamente seguros e supostamente felizes.
Também digo isso pelo fato dos que conhecem a Luz e a Verdade não apresentarem-nas devidamente compreensíveis a quem foi despertado pelo interesse de ouvir sobre o lado de fora de seu quarto.
A bem da verdade – como bem demonstra no filme – há uma diversidade enorme de problemas (e alguns bem grandes) com a entrada na vida de Verdade e Luz.
Já não consigo compreender como posso ficar sem ação diante de pessoas que desconhecem a Verdade e a Luz por não saberem de Sua existência.  Algumas, inclusive dividem o mesmo espaço que eu nas ruas, nas casas, nas salas, nas lojas...
Para ganhar coragem, talvez apenas uma pergunta a mim mesmo:
Prefiro o desconforto da Luz e da Verdade ou aquele quarto que um dia gostei de viver?
As pessoas precisam ouvir sobre Jesus.

“Adeus cadeira número 1”

Ogro Gospel


                  Se não me engano, é no folclore escocês que diz sobre a existência de uma criatura que vive em lugares inóspitos como pântanos e florestas escuras.  Ela é forte e tímida, covarde e pouco inteligente – o que a torna um ser fácil de ser sobrepujado pelos homens que tencionam derrotá-lo.  Tal criatura lendária é um ogro. 
                  Infelizmente essa descrição parece assemelhar-se com outra espécie de criatura.  Vejamos:
                  Qual tipo de mortal é forte, mas não sabe usar a força que já lhe foi disponibilizada?
                  Qual tipo de mortal prefere agradar aos homens por medo de rejeição?
                  Qual tipo de mortal não percebe o perigo que corre ao se enamorar com o pecado?
                  Qual tipo de mortal tem se tornado vítima de liderança mau caráter?
                  Por mais ridícula que nos pareça essa comparação, há, diante de nós, um grupo de pessoas que se dizem cristãs – algumas são de fato (embora não pareçam) outras não são (e nem sabem disso) – que, por não viverem o verdadeiro evangelho, assemelham-se em número e grau ao ser descrito anteriormente.
                  O Ogro Gospel é o cristão que padece sem conhecimento e fé verdadeiros em Cristo Jesus.  É criatura incapaz de avaliar, por si só, quando outros lhe induzem ao erro mais crasso e graúdo.  É a antítese da sabedoria, da cautela e da atenção.  É um ogro, mesmo
                  Depois que o Diabo conseguiu introduzir na igreja a idéia de que basta estar acima da moralidade do mundo, o nível que se tem requerido dos evangélicos tem diminuído abaixo da fronteira que divide a terra do inferno.  Os que deveriam se portar como cidadãos celestiais, têm se portado como cidadãos liderados pelo príncipe deste mundo.  Muitos ogros têm surgido.
                  Esses, também, aparentam sofrer um feitiço.  Ao olharem para um espelho não vêem nada de errado com sua aparência bufa.  O espelho, fabricado para apresentar comparações, mostra-lhes outras criaturas mais grotescas ainda, diminuindo e cancelando suas possíveis necessidades de melhora.  “Sou rico e não preciso de nada”, afirmam sobre poder espiritual. 
                  Satanás lhes enganou, ensinando, através de homens, que há como conciliar piedade e mundanismo.  Que há como dizer sim para o Espírito e sim para a carne.  Que há como comprar Deus com mandingas evangélicas.  Que o reino do aqui e agora é superior ao que há por vir.  Que não existe necessidade de se curvar ao senhorio de Cristo no dia-a-dia.  Que igreja só serve para recreação espiritual.  Que ter é mais importante que ser.  Que entender deve preceder o obedecer.  Que vale tudo para o reino evangélico.
Infelizmente, esses têm se dado bem conforme o alcance de seus objetivos.
Tristemente diferem dos ogros na sua simplicidade de vida e desprendimento das coisas, entretanto,  ainda assemelham-se a ele por serem engraçados na sua forma de agir, mas não percebem que são fedorentos pelo mesmo motivo.  E, desventura, estão vivendo num reino tão tão distante do único evangelho que pode libertá-los da magia – que não precisava ser eterna.
                  É a morte da sabedoria bíblica aqui.

O Sonolento e o Ano Novo

Somente um ano sem propósito é mais sem graça que comida insossa, chá de nada e sanduíche de pão com pão.
Diante dos inúmeros alvos que um ano nos propõe – claro que a maioria nem merece nossa saúde ou suor – é bom lembrar que o combustível para satisfação de viver está relacionado com algo a alcançar. 
Quando compreendemos nossa razão de existência, urge mais ainda uma tomada de providência para encontrarmos o caminho que devemos tomar e o rumo certo para o resto dos nossos dias.  Apenas depois disso iremos sentir realização com o gastar de nossas forças. 
Pode até parecer mais fácil um ano sem trabalho, mas não há como chegar a algum lugar sem caminhar.  Uma vida sem propósito é difícil de ser suportada, pois não há direção certa, não há ponto de chegada e não há momento adequado de descanso.
Sem propósito também não haverá alívio, criatividade e vitórias, já que estes benefícios são para quem está prosseguindo para o alvo.
O que vamos preferir: sem nada a fazer durante o ano e sem prazer em viver ou algo a conseguir e realização durante o percurso e chegada?
Talvez o drama de um sonolento espiritual seja olhar para vida e apenas enxergar a sofisticação que o mundo lhe acrescentou.  E isso realmente cansa.  Talvez a agonia que ele sofra seja a de não conseguir separar o acessório do fundamental nas coisas do dia-a-dia. Quem sabe esteja com os olhos apenas nas igrejas ultra-elaboradas e nos crentes da geração do vôo de águia, do louvor profético, da palavra rhema e da oração de guerra.  Esquecendo que tudo isso é apenas invencionismo moderno e de pouco valor contra o pecado.  O sonolento deveria, ainda, ler a Bíblia e se apegar ao que a Palavra nos mostra: que formosos são os pés (e não as asas) dos que anunciam as boas-novas, que louvor é para o Senhor (e, óbvio, não precisa ser profético), que foi o logos quem se fez carne para nos salvar da danação eterna, que nossa guerra maior  é para não perder o que Cristo já nos deu (como, por exemplo, a satisfação nEle)
O sonolento precisa ser despertado e deve viver a simplicidade do cristianismo – que se resume em amar a Deus e ao próximo.  E isso facilmente conseguirá entre irmãos que confessam a mesma fé e têm o objetivo de servir para a glória do Senhor dos senhores.
A simplicidade e não a sofisticação é que facilita o viver dos que querem se desembaraçar dos espinhos da vida.
Já nos bastam as perseguições na direção do Caminho.  Horrivelmente mais doloroso ainda será viver, suar, sofrer, enfadar-se e depois descobrir que tudo foi como uma bolha de sabão: bonita e com brilho, porém frágil, vazia, levada pelo vento e de pouquíssima duração.
O sonolento não pode mais repetir um ano do mesmo jeito, deve desvencilhar-se de tudo que lhe puxa para a cama da preguiça todos os dias do ano.