Devemos refletir melhor em nosso papel como igreja diante do fato que todos fomos forçados a viver uma nova normalidade.
A insegurança quanto ao que tínhamos planejado, idealizado ou apenas desejado há alguns meses atrás tem trazido até benefício.
Já podemos reconhecer a consolidação – e agora pela experiência – de algumas verdades.
1. É fato que uma igreja simples é bem mais eficaz que uma igreja cheia de coisas para ocupar os seus membros. Como isso tem se tornado evidente nesses dias!
A igreja vai se adaptando sem os encontros presenciais e tornado o virtual mais real do que pensávamos poderia ser. E com pouco - com pouca estrutura. Embora bem ocupados, porém com foco movido muito mais na direção das pessoas e bem menos nas coisas. Porque isso é o que mais importa. Na verdade, parece que estamos aprendendo à força o que Jesus já nos disse anteriormente: “andais inquietos e preocupais com muitas coisas; entretanto, pouco é necessário, ou apenas uma só coisa...”
O concreto é que a Igreja verdadeira é invisível. E será até a volta de Jesus. A sensação de estarmos espiritualmente juntos tem sido mais forte que quando a aparência da presença física nos enganava.
2. Por outro lado, também é notável que alguns irmãos não se importam com o sumiço da igreja local. E conseguem ser ainda mais invisíveis na virtualidade.
Creio que isso seja reflexo de duas possibilidades. A primeira, diz respeito a desejarem descanso dos líderes. Estão enfadados com o que ouviam e viviam por conta da presença chata de legalistas que cansam todos ao seu redor.
A segunda, tem a ver com o coração distante mesmo, desejam o distanciamento do contato que há numa igreja local – pois ali exige envolvimento e proximidade. E para quem prefere o anonimato ou o estrelismo não suporta o povão na realidade de sua vida. Visto que sua aparição no prédio da igreja em dia de culto escondia sua não-presença, então a virtualidade da igreja é tudo que eles sonhavam para continuarem dizendo que estão presentes. Pelo menos estão gastando menos maquiagem.
Eles sempre observarão a congregação dos santos e continuarão insistindo em não se moverem como agentes que contribuem para a missão da igreja, mas desfilarão bem vestidos e com cabelos que um vendaval nunca lhes despenteia.
3. Também enxergamos nesse momento que os viciados em estrutura complexa continuarão a rebuscar o que lhes está como responsabilidade. Ao invés de aproveitarem o foco na missão da Igreja, só conseguem se mover para a periferia do projeto de Deus, se ocupando com coisas e mais coisas (algumas legítimas), mas que não cooperam para o alcance do perdido ou para a formação de discípulos que fazem discípulos que fazem discípulos.
Sim, sempre somos tentados a buscar terreno de estabilidade, sem percebermos que essa estabilidade desejada gera apenas práticas de manutenção, porém quase nunca gera ações de expansão do Reino e da glória dAquele que mantém o controle de tudo.
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