Cristão Fedorento
Caminhar para um estado acima
da mediocridade e por lá permanecer não é tarefa fácil nem comum no presente
movimento pseudo-cristão.
A doutrina da glória humana
ensinada pela agitação neo-pentecostal e infiltrada nas igrejas indefinidas,
apresenta muito mais que um super-cristão (sem doenças, com dinheiro e bonito),
mas, além disso, inculca nos treinados a insatisfação com as coisas que Deus lhes
concede.
É bem verdade que devemos ficar
descontentes com nossa incompetência moral, com nossa vida relaxada e com o
tanto que o Espírito Santo nos domina.
Entretanto, a insatisfação que
se tem ensinado por aí vai desde “não aceite ser o rabo” até “posso (ter, é claro,) todas as coisas naquele que me fortalece”.
Com uma palestra que enfeitiça
quem se deixa encantar, as aspirações dos quase-cristãos passam a agredir o
cristianismo verdadeiro. Muitos querem
ter saúde num passe de mágica. Muitos
gostariam de fazer acontecer com um “isso é meu em nome de Jesus” (inclusive o
marido da irmã ou a esposa do irmão). E Jesus
é anunciado para, tão somente, travestir a ganância e a prepotência de um falso
poder espiritual e fé fingida.
Os efeitos colaterais disso
tudo tem aparecido de diversas maneiras. Uma delas é a frustração dos aderentes. Sim, eles vêem tudo acontecendo sempre na
vida do outro. Que outro? Ora, aqueles que são induzidos a
testemunharem o que lhes acontece como sendo a intervenção obrigatória de Deus
depois de um passe de fé (passe!). Na
multidão deles são uma minoria extrema os que são beneficiados dessa doutrina. Uma vez frustrados, devem seguir uma de três
direções. Ou mentem que lhes acontecem o mesmo ou fogem decepcionados – estes
são os que não tiveram vida com outro grupo cristão, pois os que já foram de
outras igrejas não voltam atrás pelo fato de terem ridicularizado os que
ficaram. Ou, outros, assumem uma vida de
fracasso e de nanismo espiritual – pois reconhecem que não chegarão a estar
entre os mais conhecedores e maduros e artistas engenhosamente destacados na
obra de prosperidade terrena.
De outra forma, menos longe da
sanidade, encontram-se os cristãos que desconfiam da tal doutrina de
prosperidade. Fazem isso por saberem que
vários heróis bíblicos não serviriam como exemplo dela.
Muitos, porém, não conseguem
abandonar a idéia de que, se pertencem ao Soberano, por que passam por
dificuldades? Não compreendem que a vida cristã está para a glória de Jesus. Resistem em aceitar que toda e qualquer
situação a glória é para Cristo e não para os cristãos. Estes, como aqueles, ao invés de exalarem o
bom perfume de Cristo, exalam seu próprio cheiro. Cheiro de pecado humano – fedor, mesmo.
Vivem num misto de estar no
caminho seguro, mas com o coração nas supostas facilidades do descaminho.
Nunca ficam realmente
satisfeitos com a graça de Cristo e, nas dificuldades (e todos passam por elas),
miram somente no que Deus pode lhes dar, e não no que Ele quer lhes dar.
Vivem na presença de pessoas, mas
sofrem demais a ausência de coisas.
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